Variação e
Preconceito Linguístico
♪ ♫ “(...) Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas
Troco os pronomes (…)”. ♪ ♫
(Meninos e Meninas – Legião Urbana)
Troco as pessoas
Troco os pronomes (…)”. ♪ ♫
(Meninos e Meninas – Legião Urbana)
A língua é dinâmica e está sujeita
a inúmeras variações. Essa peculiaridade de toda e qualquer língua é o que
chamamos de variação linguística,
que está sujeita ao contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os
falantes estão integrados.
Essa pluralidade da língua é facilmente observada no Brasil, um país de extensão territorial e multiplicidade cultural significativas. As variações linguísticas acontecem porque, tendo em vista que a função primordial da língua é a comunicação, os falantes arranjam e rearranjam a língua de acordo com a necessidade de interação social.
Essa pluralidade da língua é facilmente observada no Brasil, um país de extensão territorial e multiplicidade cultural significativas. As variações linguísticas acontecem porque, tendo em vista que a função primordial da língua é a comunicação, os falantes arranjam e rearranjam a língua de acordo com a necessidade de interação social.
Uma vez que essas variações visam
à comunicação, jamais devemos considerá-las erros. Ao apontarmos essas alterações
como erro, estamos cometendo o que chamamos de “preconceito
linguístico”. Como todo preconceito, age-se maquiavelicamente
em defesa de um dado status imposto como mais adequado e, por vezes, mais
“bonito”.
Infelizmente,
esse equivocado comportamento é corriqueiro aqui no Brasil. Você já deve ter
visto afirmações pejorativas em relação à fala de quem mora no interior, por
exemplo. Esse julgamento, em vez de contribuir para que sigamos em um processo
educacional democrático, cria barreiras para o enriquecimento de nosso
patrimônio cultural. A língua é responsável, segundo Biderman (1899),
por transmitir a herança cultural de um povo que carrega aspectos de vida, das
crenças e valores de uma sociedade.